Sobre aquecimento do motor

Bom dia senhores.

Tenho uma dúvida sobre aquecimento do motor.

Muita gente instala no motor do seu carro uma peça popularmente conhecida como "cebolinha". O objetivo dessa peça é fazer a ventoinha ligar mais cedo, evitando que o motor atinja a temperatura de 90 graus. Muitos mecânicos e pessoas falam que isso é saudável para o motor, pois o desgaste das peças será menor. Ainda outros argumentam que em países onde faz muito frio o motor nunca atinge a temperatura de 90 graus e, portanto, não há nenhum malefício decorrente do motor trabalhar numa temperatura menor.

Portanto, gostaria do vosso auxílio para responder algumas perguntas:

1) É realmente saudável o motor trabalhar numa temperatura inferior a 90 graus?
2) O tempo de vida do motor é maior quando trabalha numa temperatura inferior?
3) Em países frios, o motor realmente não atinge os 90 graus?
4) Qual a vossa opinião sobre esse assunto? Vocês fariam isso nos vossos carros?

Obrigado.
Josimar

1) Não é saudável para o motor trabalhar em temperaturas inferiores a qual ele foi feito para trabalhar.

2) Negativo, a vida útil do motor se torna menor se trabalhar em temperaturas inferiores.
Motivo;
As folgas entre as peças móveis de um motor foram projetadas para o motor trabalhar em uma determinada temperatura, sela ela qual for e sendo assim, se o motor nãoa tinge a temperatura ideal, essas folgas não serão as recomendadas e na maioria das vezes, inferiores as folgas mínimas exigidas.
Um exemplo;
Bloco do motor em aço em pistões em alumínio.
Todo metal tem dilatação e contração com as diferenças de temperaturas e metais de classes diferentes tem dilatação e contração maior ou menor e se não atingirem a temperatura correta, terá problema.
Imagine o pistão dilatando com o calor da explosão, mas o bloco (cilindro) não acompanha essa dilatação por estar sendo refrigerado mais do que deveria e isso faz o pistão dilatar diminuindo muito mais a folga entre a camisa e o próprio pistão, aumentando o atrito entre os dois e com isso, maior o desgaste dos anéis e pistões.

3) Em países frios o motor atinge sim os 90°C e na maioria das vezes não liga a ventoinha nunca e em locais muito frios mesmo, costumam tapar a entrada de ar no radiador para garantir que o motor esquente, mesmo que precise ligar a ventoinha, pois se o motor trabalhar frio demais não irá durar quase nada.

4) Eu não faria isso no meu de forma alguma, pois o sistema de refrigeração do motor está ligado à central, não é somente um liga e desliga da ventoinha e se a central não tem o controle disso, outras funções de injeção serão prejudicadas, pois o sensor de temperatura envia a temperatura de trabalho para a central e com isso ela decide sobre a mistura ar/combustível e obviamente não irá trabalhar corretamente já que não terá resposta de uma função na qual ela teria que controlar.

Sei que tem muita gente que faz essas adaptações, mas é por isso que os carros brasileiros são considerados carroças no exterior. Não é por serem velhos e sim por serem cheios de adaptações que não dão certo, só deixam o caro andando, nada mais.
Motor ligar é uma coisa, funcionar corretamente é outra bem diferente.

Laercio, muito obrigado pelas explicações!

Nesse ínterim eu li alguns artigos sobre o assunto, inclusive explicando sobre a dilatação dos diferentes tipos de metais em diferentes temperaturas. Isso é muito importante, ainda mais que o motor do Mondeo possui cabeçote de alumínio e bloco de ferro.

Infelizmente eu vejo muita gente fazendo essa adaptação, crente que está fazendo bem para o carro. É sempre bom pesquisar mais antes de tomar uma decisão.

Mais uma vez, obrigado.

Atenciosamente.
Josimar

Josimar, você é dos poucos que procura aprender antes de fazer coisas que os outros fazem sem saber nada do que estão fazendo e acreditando estarem certos.
Veja bem, muitos reclamam do preço das peças, da dificuldade de encontrar peças do motor e por aí vai, mas esse motor, assim como muitos outros, foi projetado para rodar muito tempo sem manutenção pesada, somente fazendo trocas de óleo e filtros nos tempos corretos, mas o pessoal faz isso? E os poucos que fazem, fazem corretamente?
Dentro os poucos que fazem, somente uma pequena parte faz corretamente essa manutenção preventiva ou de 1º escalão como é chamado no exército.
Os motores ZETEC, foram projetados para rodarem 400.000 km, mas a maioria não consegue nem chegar aos 100.000 sem ter que fazer uma retífica e por que isso?
Simples, óleo errado sendo usado, água de torneira sendo usada e pior ainda, sem aditivo, trocas de filtros quase nunca e depois reclamam que o motor se foi.
Preferem gastar pra lá de R$4000,00 de uma vez do que gastar várias parcelas durante anos de pouco mais de R$200,00 a cada 6 meses o que daria em torno de R$33,33 por mês, pois o óleo do motor tem que ser trocado a cada 5000 km ou 6 meses, o que vier primeiro, mas o pessoal não faz isso.
Eu não nego que já descuidei disso, mas aprendi o correto depois de tomar o prejuízo de não ter feito o que deveria.
Já completei óleo somente, sem trocar, trocar filtro? Pra quê?
Só dava uma passada de ar comprimido no filtro para limpar e pronto, tava novinho outra vez e seguia o barco, mas as coisas não funcionam assim e tem motivo para isso.
Veja os carros em garantia quando vão para a concessionária fazer a revisão, muita coisa é trocada e a gente pensando não precisar disso, mas o motor é novo e está em fase de amaciamento e isso gera resíduos metálicos dentro do motor devido o amaciamento nem sempre ser feito como deveria, mas para o motor continuar na garantia, tem que serem feitas essas trocas, pois do contrário, a garantia acaba.
Agora, por que não continuar com as revisões depois que a garantia acaba?
É nesse ponto que a vida do carro começa a terminar sem nos darmos conta disso. Ou nos damos e não estamos nos preocupando?
Ahhh, vai ter que gastar com as peças que em um carro novo, a maioria só se encontra na concessionária e sabemos que comprar peças na concessionária sai caro, mas fazer o motor sairá mais caro ainda além de correr o risco do mexânico escolhido fazer caca no motor e nunca mais ficar bom.